CRÍTICA DO CAPITALISMO PARA O SÉCULO XXI. Com Marx para além de Marx: o projecto teórico do Grupo "EXIT!" Deutsch
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CAPITALISMO SEM MAIS-VALIA?
Um debate insuficiente sobre os limites do crescimento
O presente colapso do crescimento económico global levanta a questão das suas consequências. Obviamente que as elites económicas, políticas e científicas foram apanhadas desprevenidas pela crise secular do capitalismo. Após o fim da economia planificada da burocracia estatal no Leste qualquer alternativa social é considerada assunto do passado. Celebrou-se a confiança primordial na eterna capacidade de regeneração das "forças do mercado" em crescimento auto-sustentado. Apesar do choque, as instituições oficiais ainda agora emitem a palavra de ordem: "Fechar os olhos e para a frente é que é o caminho". Com a ajuda de pacotes de salvamento, programas de apoio à conjuntura e um pouco mais de regulação espera-se que o fim da crise chegue rapidamente para, segundo Angela Merkel, "se sair reforçado" dela e voltar a encontrar a velha via do crescimento. Esta opção é de tal modo sem fundamento que já não consegue obter qualquer credibilidade.
Capitalismo sem mais-valia - Robert Kurz; Julho de 2009 Deutsch
CONVITE PARA O SEMINÁRIO EXIT! 2009
DE 11 A 13 DE SETEMBRO, EM ENKENBACH/PALATINADO
O ESTADO E A CRISE
Caros amigos, caras amigas
Este ano o nosso seminário público terá lugar, como anunciado, novamente em Enkenbach, no Palatinado, (ver itinerário abaixo); desta vez é dedicado ao tema actual “O Estado e a crise”. O papel do Estado tem de ser submetido a um exame mais detalhado na análise e elaboração teórica da crítica da dissociação e do valor. Esta tarefa vai continuar a ocupar-nos. O seminário pretende tratar, em primeiro lugar, de alguns aspectos desta temática em conexão com a actual crise económica mundial. O fim abrupto da era neoliberal proporcionou ao Estado um inesperado renascimento, em que as antigas atribuições de omnipotência da "regulação" estatal renascem alegremente das cinzas; mesmo que apenas sob a forma de um novo keynesianismo de crise. Desde o Outono 2008, após o colapso do Lehman Brothers, a crise financeira mundial e a quebra drástica na economia mundial, com a ameaça de falência ou falência efectiva de grandes conglomerados empresariais como a GM, os pacotes de salvamento e os programas de apoio à conjuntura económica são considerados o imperativo do momento. Após um longo período em que a competência do Estado, como lacaio "do mercado", se limitou a medidas de desregulamentação, agora ele tem de ser novamente chamado para pôr as coisas na ordem.
Esta opção de novo requentada tem em si algo de desesperado, porque não pode esconder o facto de a capacidade de intervenção estatal ter esbarrado nos seus limites em simultâneo com o fim da era fordista-keynesiana. O "dinheiro do Estado" não domina a crise, apenas a eleva a um nível diferente. Neste contexto também há que ter em conta a dessincronização histórica do desenvolvimento capitalista. Enquanto o Estado dos centros ocidentais percorre até à data, no âmbito da crise, os processos de transformação sob a forma da administração do estado de emergência, a desintegração das estruturas estatais nas regiões periféricas do mundo ("Estados falhados") entrou numa nova fase. Este é um sério aviso também para os centros, como indicam as ameaças de bancarrota de alguns Estados na periferia da União Europeia.
No próximo ano é de esperar um dramático agravamento da administração social da crise e da pobreza, acompanhado de campanhas de "ética", com que o Estado flanqueia ideologicamente as restrições sociais como "salvador da justiça", tendo em vista a mobilização dos preconceitos populares. Isto afectará também a administração de crise das relações de género, cuja tematização crítica corre o risco de ser liquidada neste processo. Ao mesmo tempo o lado objectivo da crise levanta a questão do estatuto económico do Estado, especialmente na política monetária. Nesta questão se decidirá a posterior evolução da crise, quando os pacotes de salvamento e os programas de apoio à conjuntura económica já não desembocarem numa renovada retoma “auto-sustentada” da produção de mais-valia real.
O ESTADO E A CRISE - Seminário EXIT! - (Roswitha Scholz; Julho de 2009) Deutsch
PERSPECTIVAS ECONÓMICAS RASTEIRAS
O capitalismo é o primeiro sistema social na história. Nunca a concatenação da reprodução da vida foi tão especializada e tão densificada. A economia empresarial tem sido extensivamente decomposta. Já nem graxa para sapatos pode ser produzida sem profundas divisões de funções e infra-estruturas; até a fruta e o leite são distribuídos a nível continental. Mas esta socialização, assinalada com uma expressão famosa como ligação em rede universal, encontra-se na forma da privacidade e da particularidade de empresas e indivíduos. O contexto do conjunto, designado nas ciências sociais como “síntese social”, é dirigido pela “mão invisível” da concorrência universal do mercado, que se apresenta a todos os actores como um cego poder de leis sistémicas.
Perspectivas económicas rasteiras - Robert Kurz; Julho de 2009 Deutsch
KEYNESIANISMO NEOLIBERAL
O regresso à regulação estatal é considerado geralmente como plano de gestão da crise. O neoliberalismo deve ter sido um erro histórico, tal como antes o socialismo real. Pretende-se um posicionamento ideológico lá para onde tende, de olhos fechados, a consciência da opinião pública: no “centro” áureo, na moderada re-regulamentação keynesiana da política económica. Mas, em primeiro lugar, a doutrina neoliberal não foi um simples erro, mas uma reacção à falta de condições reais de valorização do capital. E, em segundo lugar, o neo-liberalismo de modo nenhum funcionava sem intervenção estatal; também a política de privatização e desregulamentação era uma política. Nada mudou no que diz respeito à real dificuldade de valorização, a crise simplesmente a trouxe à luz do dia. Daí que não se possa invocar a viragem keynesiana como regresso à política dos anos 70, qual "século social-democrata".
Keynesianismo neoliberal - Robert Kurz; Junho de 2009) Deutsch
A HORA DA VERDADE
Contornos de um programa social de emergência após as eleições federais
Uma ordem social nunca expira antes de ter consumido as últimas reservas de optimismo oficial. Embora a crise seja agora geralmente considerada "histórica", continua a ser tida como uma mera crise cíclica, que em breve poderá ser vencida. É este cenário que apresenta também o Banco Central Europeu (BCE), que espera uma recuperação a partir de meados de 2010, embora Trichet, Presidente do BCE, tenha sublinhado que não se deveria "teimar em previsões”. O optimismo, de facto, tem pés de barro: baseia-se unicamente na esperança de que os programas nacionais de apoio à conjuntura desencadeiem um novo crescimento auto-sustentado. Mas é muito mais provável que a reacção em cadeia global da crise só agora tenha começado. Especialmente o fim do circuito de deficit do Pacífico, entre os E.U.A. e a Ásia, ainda não se repercutiu plenamente na economia mundial. Se os programas nacionais de apoio à conjuntura não fizerem arrancar nada, mas tiverem de tapar buracos cada vez maiores por um tempo indeterminado, tanto mais amarga será a hora da verdade. O capitalismo ainda será financiável? Tornou-se possível o paradoxal fracasso desta sociedade segundo os seus próprios critérios.
A hora da verdade - Robert Kurz; Junho de 2009 Deutsch
TIGRE PREDADOR E CORÇA ASSUSTADA
Do teatro de Verão da política fiscal ao próximo desmantelamento social
A estatização da crise não resolve o problema, apenas o transfere. Já no passado, a base regular das finanças do Estado na tributação dos rendimentos obtidos da produção real de mais-valia era frágil, como mostra a expansão histórica do crédito público. Sob as condições da economia das bolhas financeiras foi ingenuamente encarado o fim do endividamento público. Após o crash financeiro global esta opção já não passa de papel para reciclar. O financiamento dos pacotes de salvamento e de apoio à conjuntura deixa a dívida pública numa situação explosiva sem precedentes. Assim surge um dilema. O desenfreado excesso de dinheiro dos bancos centrais criaria uma inflação incontrolável. Para evitar isso, os impostos teriam de aumentar drasticamente. Contudo, tal medida iria contribuir ainda mais para o estrangulamento da conjuntura económica. Situação esta que, inversamente, só seria evitada se os impostos fossem reduzidos.
Tigre predador e corça assustada - Robert Kurz; Maio de 2009 Deutsch
A redução da velocidade de queda
A memória da economia de mercado e dos media corresponde aproximadamente à memória de uma criança de três anos. No entanto, talvez deva ser recordado o “serviço” de previsões das instituições oficiais, relativamente à evolução da economia global. No Verão de 2008 ainda se celebrava, em previsões que iam até 2020, a retoma da conjuntura, nunca reconhecida como conjuntura de deficit. À medida que a crise financeira se começava a manifestar, havia "fins de alerta" periódicos. O pior já passou, ouvia-se ainda em Setembro. Após as "Segundas-Feiras Negras" nas bolsas de valores, insistiu-se na afirmação de que a economia real era saudável em si mesma e apenas seria um pouco afectada pelo desastre da economia financeira. Para 2009 esperava-se um crescimento apenas ligeiramente mais fraco. Quando a economia mundial entrou em queda, os institutos económicos, acometidos de dúvidas sobre si mesmos, já não se dispunham a emitir mais qualquer prognóstico. Mas o aprendido não esquece. Recentemente, o título da "Wirtschaftswoche" era: "Hurra, ainda estamos vivos". O optimismo profissional apropriou-se da fórmula segundo a qual, de acordo com o Instituto IFO, a velocidade da queda teria começado a abrandar.
A Redução da velocidade de queda - Robert Kurz; Maio de 2009 Deutsch
A MADEIRA TORTA DA TEORIA
Isaiah Berlin – um pensador problemático do liberalismo no séc. XX
O pensamento liberal não pertence apenas aos representantes de uma liberdade radical do mercado, que atualmente estão dando os últimos suspiros, mesmo se com isso os problemas da crise mundial capitalista remanescem sem solução. Isaiah Berlin, cujo centenário de nascimento se aproxima, foi mais um dos representantes daquele liberalismo, que com freqüência é percebido nos países de língua inglesa como “de esquerda“ por preocupar-se mais com os direitos de minorias do que com os direitos dos grandes grupos industriais e comerciais. Para Berlin, o conceito cambiante de liberdade ganhou substância a partir da oposição às ideologias doutrinárias do séc. XX, que ele experimentou por assim dizer fisicamente, na sua condição sofrida de judeu emigrado da Rússia e da Letônia para a Inglaterra. Berlin não quis vincular-se a nenhuma doutrina, também não a de um capitalismo completamente desenfreado.
A madeira torta da teoria - Robert Kurz; Maio de 2009 Deutsch
QUE FAZER COM O LIXO TÓXICO DOS BANCOS?
Por que se transformam os planos do governo em farsa
Os títulos que perderam o valor nas carteiras dos bancos têm uma desesperada semelhança com os resíduos nucleares, ou com o legado da catástrofe de Chernobyl. Infelizmente não se pode removê-los para um depósito definitivo nem metê-los num caixão hermético. Pois trata-se de títulos com vencimento a médio ou longo prazo. Transferi-los para “bad banks” apenas adia o problema para os próximos anos. Portanto, existe uma querela sobre quem, em última instância, há-de ficar com a responsabilidade. Nos E.U.A., o Estado assumiu todo o risco. Contudo, isso aplica-se apenas aos problemas surgidos nos balanços até agora. Que esqueletos ainda estão no armário era o que deveria revelar um "stress test" a cada banco. Este teste, porém, tornou-se uma farsa: as necessidades futuras de saneamento seriam supostamente de "apenas" 75 mil milhões de dólares. Esta notícia desencadeou um pequeno fogo de artifício nas bolsas. Posteriormente, veio a público que o teste fora falsificado e que só a soma actual de amortizações já é aproximadamente duas vezes mais elevada. Acresce que o crash do crédito ao consumo ainda não ocorreu e é esperado para os próximos meses.
Que Fazer com o Lixo Tóxico dos Bancos?- Robert Kurz; Maio de 2009 Deutsch
O CAPITAL E A HISTÓRIA
A confiança no capitalismo parece inabalável, até na esquerda. Ele renascerá como Fénix das cinzas de todas as crises e iniciará novas retomas. Entretanto, já não pode ser negado que estamos actualmente confrontados com uma queda histórica. Uma nova crise económica mundial com consequências imprevisíveis está na ordem do dia da história. Porém, apesar de tudo, a pergunta geral é apenas: Quando é que a crise acaba? Que capitalismo virá após a crise? Esta expectativa alimenta-se do entendimento de que o capitalismo é o "eterno retorno do mesmo". Os mecanismos fundamentais da valorização permanecem sempre os mesmos. É verdade que há revoluções tecnológicas, convulsões sociais, mudanças nas "relações de forças" e novas potências hegemónicas. Mas esta é apenas uma superficial "história de eventos", um eterno sobe e desce de ciclos. Nesta perspectiva, a crise é meramente funcional para o capitalismo. Ela leva à "limpeza", pois desvaloriza o capital em excesso. Assim se abre caminho para novos processos de acumulação.
O Capital e a História - Robert Kurz; Abril de 2009 Deutsch
ABATIDOS
A pior palavra do ano não designa qualquer prémio ambiental: viaturas completamente novas são destruídas com elevados custos energéticos, para serem produzidas outras com ainda maiores custos energéticos. Esta é a sociedade do bota-fora no seu melhor. Pouco adianta, porém, se o depósito vazio da máquina do fim em si mesmo capitalista voltar a ser abastecido pelo Estado com umas míseras gotas de combustível. Isto não é uma ajuda à conjuntura, porque, em contrapartida, os revendedores de carros usados abrem falência em série, as limusines Mercedes e BMW mesmo assim não são compradas - e a alegria dos produtores de veículos utilitários é o sofrimento de todas as outras empresas cujos produtos não são subsidiados. Então que é isto? Um presente eleitoral para amantes de automóveis de rendimento médio, naturalmente. Porque se continua a ir por água abaixo, é certo e sabido que virá o próximo programa conjuntural. Se é preciso aliciar os eleitores precisamente na depressão, o slogan que se aplica, também ao Ministro das Finanças, é: depois de nós o dilúvio, quer dizer, a inflação. O que seria ainda susceptível de ser pensado na sede do partido? Possivelmente um prémio de abate para frigoríficos, leitores de CD, ecrãs planos ou tarecos diversos. Talvez até mesmo para os queijos e enchidos, três semanas antes da data de validade. E assim, finalmente, os bens de consumo seriam declarados oficialmente lixo universal. Mas não será isto um pouco complicado? Mais simples seria um genuíno presente eleitoral, como é costume cada vez mais, mesmo no círculo de entes queridos, sob a árvore de Natal: não mais qualquer valor de uso seleccionado, mas sim logo o puro equivalente geral. Ou seja, simplesmente 2500 € acabadinhos de imprimir para todos, de modo que as cidadãs e os cidadãos pudessem ir à vontade, mais uma vez, às compras em grande. Isso de facto não ajuda nada a longo prazo, mas, perante uma crise real e umas eleições realmente livres, seria também uma última refeição de condenado realmente grátis, sem discriminar ninguém.
Abatidos - Robert Kurz; Abril de 2009 Deutsch
Entrevista à revista brasileira “IHU online”
Universidade do Vale do Rio dos Sinos, S. Leopoldo, Porto Alegre
O fim da modernização significa, portanto, que não só a forma capitalista da reprodução tem de ser suplantada, mas também que, durante muito tempo, uma sociedade mundial pós-capitalista terá de sofrer e lidar com as consequências da destruição capitalista da natureza. Para a análise e crítica da teoria da crise, é essencial ver a interconexão interna das duas barreiras históricas do capitalismo. Existe, porém, o perigo de jogar um contra o outro esses dois aspectos da crise histórica; isto tanto da parte das elites capitalistas como dos representantes de um “reducionismo ecológico”, que só querem admitir a barreira natural externa. A administração capitalista da crise e o reducionismo ecológico podem entrar numa aliança perversa, que acabe por negar a barreira económica e, em nome da crise ecológica, pregar às massas depauperadas e miseráveis uma ideologia de “renúncia social”. Contra isso, é preciso defender que seja dada prioridade à crise, à crítica e à suplantação do contexto da forma capitalista, porque a destruição da natureza é a consequência e não a causa da barreira interna deste sistema.
Entrevista à Revista Brasileira "IHU online" - Robert Kurz; Março de 2009 Deutsch Revista IHU
CINZENTA É A ÁRVORE DOURADA DA VIDA E VERDE É A TEORIA
O problema da práxis como evergreen de uma crítica truncada do capitalismo
SUMÁRIO: 1. O mal-estar na teoria * 2. Adorno sobre pretensões de práxis reduzida e sobre “pseudo-actividade” * 3. “Práxis teórica” e interpretação real do capitalismo * 4. Tratamento da contradição e “práxis ideológica” * 5. Capitalismo como transformação do mundo: crítica afirmativa e crítica categorial * 6. Teoria da estrutura e teoria da acção * 7. “Modernização atrasada” e o postulado de uma “unidade inseparável” entre teoria e práxis * 8. Razão instrumental * 9. A viragem da teoria da acção. Marxismo ocidental e “filosofia da práxis” * 10. O “marxismo estruturalista” e o politicismo da teoria da acção * 11. O pêndulo de Foucault. Do marxismo de partido à ideologia do movimento * 12. O regresso do “sujeito”. Metafísica dos direitos humanos e falsa autonomia * 13. Somos tudo. A miséria do (pós-)operaismo * 14. Da capitulação da ideologia auto-referencial do movimento a um novo conceito de “práxis teórica” * Bibliografia
“Os curtos relâmpagos das ‘Teses sobre Feuerbach’ atingem com a sua luz todos os filósofos que deles se aproximam, mas qualquer pessoa sabe que um relâmpago curto ofusca mais do que clareia, e que não há nada mais difícil do que situar uma luz relampejante no espaço da noite que ela rompe. Um dia certamente será necessário esclarecer o enigma dessas onze teses.”
Louis Althusser, Pour Marx
Cinzenta é a Arvore Dourada da Vida e Verde é a Teoria - (Robert Kurz; EXIT! nº 4 Junho de 2007) Deutsch
ENTREVISTA À REVISTA ONLINE PORTUGUESA “SHIFT”, ZION EDIÇÕES
Estamos, portanto, perante uma «ruptura estrutural» de ordem superior. Se até agora se falava de uma «crise estrutural» do capital, por exemplo no contexto da «teoria das ondas longas», era apenas em relação à «transição» para um novo «modelo de acumulação». A crise devia ter apenas a função de «limpeza», a fim de abrir caminho para o próximo surto histórico de valorização numa nova base tecnológica. Esse foi o famoso conceito do economista Joseph Schumpeter da potência do capital como «destruição criativa». Mas o final da era fordista não trouxe qualquer ruptura estrutural «criativa», no sentido de um novo «modelo de acumulação». A muito invocada transição para o chamado «pós-fordismo» não passava de uma fórmula vazia. O que então aconteceu não foi senão a transição para a era historicamente breve da famigerada «economia das bolhas financeiras», em que o sistema de crédito foi inflado, muito para lá da capacidade minguante de produção real de valor, de maneira historicamente sem precedentes.
Entrevista à Revista Online Portuguesa "SHIFT", ZION EDIÇÕES - Robert Kurz; Novembro de 2008 Deutsch Italiano
Crise mundial e ignorância
Carta aberta às interessadas e interessados na EXIT! na passagem de ano 2008/2009
Tornou-se evidente que o capitalismo caminha para uma crise económica global com consequências profundas. Quando de repente até nos talkshows se faz a comparação com 1929, e quando o aviso de um “colapso” iminente sai atabalhoadamente da boca para fora do ministro das Finanças alemão, Steinbruck, bem como do novo Vice-Presidente dos E.U.A., Biden, já não pode ser negado que a crise da 3ª revolução industrial, há muito latente e sempre minimizada, assumiu uma nova qualidade. Com isso adquirem, muito mais do que até aqui, um conteúdo imediato de realidade as teses e análises sobre a teoria da crise da crítica do valor, depois crítica da dissociação-valor, que sempre foram fundamentalmente rejeitadas, tanto pela esquerda residual reunida como pelo entendimento burguês da ciência. O supostamente impossível começa a tornar-se efectivo. Com isto não se “prova”, em sentido positivista, que se erga uma barreira absoluta à valorização. Mas não será o momento um pouco inapropriado para desqualificar a teoria radical da crise como “não empírica” e declará-la refutada, tanto conceptual como historicamente?
Crise Mundial e Ignorância - Robert Kurz; Janeiro de 2009 Deutsch
A GUERRA CONTRA OS JUDEUS
Porque se volta a opinião pública global contra Israel na crise económica
A Guerra Contra os Judeus - Robert Kurz; Janeiro de 2009 Deutsch
O DESVALOR DO DESCONHECIMENTO
“Crítica do valor” truncada como ideologia de legitimação de uma nova pequena-burguesia digital
O Desvalor do Desconhecimento - (Robert Kurz; Maio 2008) Deutsch
O CARISMA DA CRISE
Por que está a obamania condenada ao fracasso
Existe um velho debate sobre o papel da personalidade na história. Os teóricos da estrutura apontam para a objectividade dos processos sociais, de que as grandes figuras só podem ser a expressão. Os teóricos da acção, pelo contrário, dizem: no princípio era o acto; fé e vontade devem poder mover montanhas. Ambos estão apenas relativamente certos. Os desenvolvimentos sociais não se fazem por si mesmos, exigem a intervenção da acção. Por outro lado, a acção relaciona-se com condições estruturais preexistentes, enquanto estiver subjacente à sociedade uma dinâmica cega, como é inequivocamente o caso do capitalismo. Por isso, é exactamente nas grandes crises que são procuradas personalidades carismáticas, que possam gerar um ambiente estimulante de despertar. O momento religioso desse mecanismo é inconfundível. As esperanças, desejos e medos ligam-se a um messias político, quando a ruptura de uma era sacode a sociedade. A questão é se o carisma será capaz de suportar o novo ou se apenas dá uma forma de desenvolvimento à catástrofe do velho.
O Carisma da Crise - Robert Kurz; Novembro de 2008 Deutsch
NÃO HÁ SEGUNDO NEW DEAL
Sua promessa é de grandes mudanças. Sua aura parece indicar que o sujeito branco, protestante e anglo-saxónico já não pode manter o poder sozinho. É preciso amenizar a política de intervenção militar, estancar o fundamentalismo cristão e procurar um equilíbrio global. Trata-se de ratificar politico-economicamente o fim do radicalismo neoliberal do mercado. Muitos gostariam de recordar o New Deal de Roosevelt e o ordenamento de Bretton Woods no pós-guerra, com mercados financeiros rigorosamente regulamentados e câmbios fixos. Raramente um novo Presidente dos E.U.A. mobilizou tanto entusiasmo como Barack Obama. E raramente foi tão mísera a possibilidade de cumprir mesmo só uma única das esperanças despertadas. A Obamania mundial não representa qualquer consciência crítica, mas apenas a ilusão de uma cura do capitalismo com crescimento para todos. O programa, sem qualquer cobertura, de uma "economia social de mercado mundial", que também Angela Merkel tem mais ou menos na mala de mão, sugere um ambiente de partida para um futuro optimista que só vive dos anseios nostálgicos da classe média. É uma ideia sobretudo embaraçosa pensar que a face do capitalismo se há-de humanizar justamente sob a pressão do colapso financeiro e da conjuntura económica em queda. A crise da economia mundial não terá happy end.
Não há Segundo New Deal - Robert Kurz; Novembro de 2008 Deutsch
O CAPITALISMO tem salvação?
Pacotes de apoio aos bancos e programas económicos conjunturais à luz do crepúsculo
Onde mora o perigo, cresce também a salvação. Esta frase de Hölderlin tornou-se artigo de fé na crise do capitalismo tornada óbvia. O sobreocupado serviço de salvação já não sabe dar melhor garantia. Entretanto os pacotes estatais de apoio aos bancos por todo o mundo já ultrapassaram os limites, com mais de três biliões de euros. A iminência do crash dos sistemas de cartões de crédito e das fusões e aquisições de empresas financiadas pelos hedge funds poderão levar a uma próxima agenda de salvamento. Actualmente, ainda se procede como se se tratasse apenas de garantias temporárias, que em grande parte não precisariam de ser executadas, ao passo que as participações estatais poderiam mais tarde ser recuperadas, até com lucro. Esta expectativa ingénua pressupõe o regresso à "normalidade" da economia das bolhas financeiras, que já se tornou ilusória e que se quer realmente abolir. Na realidade, as garantias e os investimentos são para abater plenamente ao activo a médio prazo. Os balanços já não são susceptíveis de saneamento duradouro na base do capital próprio porque o sistema de crédito, que antecipou amplamente a valorização real do capital, se tornou duvidoso no seu conjunto.
O CAPITALISMO tem salvação? - Robert Kurz; Outubro de 2008 Deutsch
CAPITALISMO DE ESTADO RELOADED
Porque deixaram os programas de conjuntura de ter qualquer perspectiva social
Ironicamente é a esquerda que fica em apuros com a crise do capitalismo. Ela é confrontada com a sua própria história. Marx não simpatizava nada com a orientação estatal de Lassalle. Mas a sua crítica da economia política foi banalizada pelo movimento socialista. A estatização das categorias capitalistas não suplantadas só serviu para a "modernização atrasada" da periferia do mercado mundial, que historicamente fracassou. Esta mudança de época também não foi reconhecida pela esquerda como um momento da crise incipiente do mercado mundial, mas foi em grande parte digerida afirmativamente como reconhecimento dos mecanismos de mercado e preços. O que permaneceu foi uma orientação estatal "desarmada" a condizer. A esquerda praticamente assumiu o programa de regulação keynesiana posto de lado pelo radicalismo neo-liberal de mercado, que supostamente deveria contrariar a destruição do Estado social .
O CAPITALISMO de Estado Reloaded - Robert Kurz; Outubro de 2008 Deutsch
Roswitha Scholz
WASTE TO WASTE
Os Roma e “nós”
Nos últimos tempos têm-se intensificado os pogroms contra os ciganos em Itália. Desde que a Roménia se tornou membro da União Europeia, no início de 2007, os Roma fogem cada vez mais da crescente discriminação e de condições de vida extraordinariamente más sobretudo para este grupo, dirigindo-se para Itália, onde se instalam na periferia das cidades, novamente em condições de miséria. À reacção da populaça corresponde a reacção do governo italiano de direita, que se agarra a velhas medidas de combate à “praga dos ciganos”, medidas especiais para afectar exclusivamente o grupo dos Sinti e Roma.
WASTE TO WASTE Os Roma e "nós" - (Roswitha Scholz; Setembro 2008) Deutsch
ENTREVISTA À REVISTA ON-LINE “TELEPOLIS”
(Hannover, Alemanha)
Entrevista à REVISTA ON-LINE "TELEPOLIS" - (Robert Kurz; Outubro 2008) Deutsch
ENTREVISTA À REVISTA IHU ON-LINE
Universidade do Vale do Rio dos Sinos, S. Leopoldo, Porto Alegre, Brasil
Em que sentido as teorias de Marx são importantes para se compreender o actual momento de crise no sistema financeiro global?
A importância da crítica da economia política de Marx para explicar a grande crise financeira actual evidencia-se desde logo em dois níveis, sendo um aspecto fundamental a sua derivação da forma do dinheiro [Geldform], no 1º volume de O Capital, e outro a sua análise do crédito, principalmente no 3º volume. Aqui somente posso tratar alguns pontos elementares.
Entrevista à REVISTA IHU ON-LINE - (Robert Kurz; Outubro 2008) Deutsch Revista IHU
KEYNESIANISMO DE CASINO
A maior crise financeira desde 1929 parece caminhar a par e passo com uma amnésia geral. Nos últimos anos houve um deslumbramento com o boom da conjuntura mundial, sem que ninguém perguntasse qual a fonte que a alimentava. Agora, de repente, já todos a conheciam e, pretensamente, todos vinham chamando a atenção para o caso desde há anos. A culpa do desastre seria da desregulação neoliberal desenfreada dos mercados financeiros, bem como da ganância, irresponsabilidade e incompetência dos administradores dos bancos. E tudo teria sido uma fatalidade do modelo “anglo-saxónico”, assim como todo o mal seria oriundo dos EUA, ainda ontem tão aclamados. Portanto, a receita é simples: fim dos excessos neoliberais, retorno ao “modelo Alemanha”, à regulação estatal baseada na doutrina keynesiana, marginalizada há décadas, e ao capitalismo “real” e “sério” dos postos de trabalho. Os mesmos políticos que também por cá se apresentavam como intransigentes neoliberais surgem agora como keynesianos natos.
Keynesianismo de Casino - Robert Kurz; Outubro de 2008 Deutsch
A Teoria da Dissociação Sexual e a Teoria Crítica de Adorno
Nos anos 90 o feminismo académico foi dominado por teorias pós-estruturalistas. Ao contrário dos anos 70 e 80, as abordagens marxistas foram marginalizadas. Em vez de se buscar uma nova compreensão da totalidade, que estivesse em condições de explicar desenvolvimentos recentes, como a queda do socialismo real, houve uma viragem para concepções culturalistas. Entretanto a situação mudou novamente. Com o maior agravamento da situação económica e a crescente importância assumida pela “questão social”, regressou também o interesse acrescido pela crítica da “economia política”. Mas, com isso, o sexismo, assim como o racismo, correm o risco de ser reduzidos de novo a “contradições secundárias”.
A Teoria da Dissociação Sexual e a Teoria Crítica de Adorno - (Roswitha Scholz; Agosto de 2004 Deutsch
Roswitha Scholz
O ser-se supérfluo e a "angústia da Classe média"
O fenómeno da exclusão e a estratificação social no capitalismo
1. Introdução: "Situação de classe", exclusão específica de uma classe, ou desclassificação generalizada? Eis a questão, hoje! 2. O fenómeno do ser-se supérfluo no capitalismo até ao fim do século XIX – breve esboço 3. A "sociedade de classe média nivelada" 4. Individualização para lá da classe e da camada? 5. A destruição da "nova classe média" e os "novos independentes" precários 6. O fetiche da luta de classes 7. Luta sem classes? 8. O último estádio da classe média 9. A sociedade da classe média e o género 10. A sociedade da classe média e a migração 11. A exclusão como problema fundamental do capitalismo. 12. Algumas observações sobre o debate das ciências sociais em torno da exclusão social e da "vulnerabilidade social" nas classes médias 13. A socialização de classe média, a exclusão e a forma social da dissociação-valor.
O Ser-se Supérfluo e a "Angústia da Classe Média" - (Roswitha Scholz; Exit! nº5 Maio de 2008 Deutsch
Roswitha Scholz
Homo Sacer e "Os Ciganos"
O Anticiganismo – Reflexões sobre uma variante essencial e por isso "esquecida" do racismo moderno
1. Introdução: Anticiganismo – o racismo "esquecido"
O interesse pelo anticiganismo, isto é, pelo racismo específico contra os Sinti e os Roma, é marginal mesmo entre a esquerda. Alguns nem sequer sabem o que significa "anticiganismo". Wolfgang Wippermann escreve sobre o assunto: "Os meus colegas, professores e historiadores, não se debruçaram sobre os Sinti e os Roma por isso ter sido e continuar a ser considerado pouco elegante. Também a inteligência crítica falhou, pois demorou muito tempo até se dedicar a este aspecto da história alemã. O mesmo se aplica aos agrupamentos de esquerda aos quais o destino dos Sinti e Roma até hoje não tem suscitado muito interesse" (Wippermann, 1999, p. 106). E o mesmo se diga, infelizmente, dos contextos da crítica do valor. Como se a construção moderna do "cigano", enquanto avesso ao trabalho, sensual, "wild and free", não fosse de interesse precisamente para uma posição crítica do valor e do trabalho. Esquece-se que as próprias necessidades reprimidas não foram projectadas apenas sobre "exóticos", "negros" e "selvagens", algures em África ou nas Caraíbas, mas que "eles" já desde há séculos que se encontram bem juntinhos, por assim dizer no meio de nós: os "ciganos", como parte inseparável da própria cultura moderna e ocidental.
Homo Sacer e "Os Ciganos" - (Roswitha Scholz; Exit! nº4 Junho de 2007 Deutsch
PODER MUNDIAL E DINHEIRO MUNDIAL
A função económica da máquina militar dos Estados Unidos no capitalismo global e os motivos ocultos da nova crise financeira
Nota prévia (22.01.2008): O texto que segue foi escrito em Novembro de 2007 para a revista de debates de esquerda "Widersprüch" (Zurique) e aí foi publicado no início de Janeiro [nº 53]. Sob o signo da crise financeira em curso e do mais recente crash bolsista, ele adquire uma actualidade insuspeitada.
Poder Mundial e Dinheiro Mundial - Robert Kurz; Novembro de 2007 Deutsch
A RUPTURA ONTOLÓGICA
Antes do início de uma outra história mundial
A Ruptura Ontológica - Robert Kurz; Agosto de 2004 Deutsch
BARBÁRIE, MIGRAÇÃO E GUERRAS DE ORDENAMENTO MUNDIAL
Para uma caracterização da situação contemporânea da sociedade mundial
Barbárie, Migração e Guerras de Ordenamento Mundial - Robert Kurz; Janeiro de 2005 Deutsch
UMA ERA GLACIAL PARA A TEORIA CRÍTICA?
Carta Aberta às interessadas e interessados na EXIT!
Uma Era Glacial para a Teoria Crítica? - Robert Kurz; Janeiro de 2008 Deutsch
O PRÓXIMO ORIENTE E A SÍNDROME DO ANTI-SEMITISMO
(Cap. IV do Livro A GUERRA DE ORDENAMENTO MUNDIAL, Robert Kurz, Janeiro 2003)
No processo de barbarização e autodestruição do sistema mundial dominante existe um foco em que se enredam de um modo especial a destrutiva globalização capitalista, a história e a constituição ideológica do mundo moderno nos seus limites sistémicos históricos – é o Próximo Oriente, com Israel e o chamado conflito da Palestina ao centro. À primeira vista parece tratar-se do campo mais importante do imperialismo ocidental do petróleo. O que naturalmente é certo, tendo em conta o cru interesse da cultura de combustão capitalista. Mas este conflito não se circunscreve de modo nenhum a esse aspecto; pelo contrário, ele inclui ainda outra dimensão essencial completamente diferente, que é a lógica do anti-semitismo, como ideologia de crise capitalista central, e a constituição do Estado de Israel a ela associada, Estado este que por isso mesmo não é um Estado como os outros.
O Próximo Oriente e a Síndrome do Anti-Semitismo - Capitulo IV - (Robert Kurz; Janeiro 2003) Deutsch
O DEPARTAMENTO DE MARKETING DO "SUJEITO-AUTOMÁTICO"
Sobre a defesa do clima simulada pela União Europeia
O Departamento de Marketing do "Sujeito-Automático" - Claus Peter Ortlieb; Março de 2007 Deutsch
"O COLAPSO DA MODERNIZAÇÃO" - 15 ANOS DEPOIS
Entrevista à Revista "Reportagem", São Paulo, Outubro de 2004
"O COLAPSO DA MODERNIZAÇÃO" - 15 anos depois (Entrevista) - (Robert Kurz; Novembro 2004) (pdf) Deutsch Español
SERES HUMANOS NÃO RENTÁVEIS
Ensaio sobre a relação entre história da modernização, crise e darwinismo social neo-liberal
Nota Prévia: Este texto constitui a versão escrita de uma apresentação efectuada a 15.11.2005 em Brunnen, Suiça, nas Jornadas Anuais da INTEGRAS (Schweizer Fachverband für Sozial- und Heilpädagogik) [Associação Profissional de Pedagogia Médica e Social]. O texto não desenvolve ideias novas, mas consegue dar, ainda assim, uma perspectiva sobre as afirmações standard na análise da crítica do valor e da dissociação, de outro modo só possível de encontrar espalhada em diversos artigos ou no contexto da argumentação mais extensa dos livros. Os sub-títulos são de responsabilidade da redacção da INTEGRAS. As apresentações desta jornada serão publicadas brevemente em brochura
Seres Humanos não Rentáveis - Robert Kurz; Janeiro de 2006 Deutsch
A HISTÓRIA COMO APORIA
Teses preliminares para a discussão em torno da historicidade das relações de fetiche
(2ª Série)
A História como Aporia (2ª Série) - Robert Kurz; Setembro de 2006 Deutsch
(1ª Série)
A História como Aporia (1ª Série) - (Robert Kurz; Agosto de 2006) Deutsch
O REGRESSO DO JORGE
Notas sobre a "cristianização" do espírito do tempo pós-moderno
e sua viragem para o decisionismo autoritário
O Regresso do Jorge - (Roswitha Scholz; EXIT! nº3 Janeiro 2006) Deutsch
A PRIMAVERA NEGRA DO ANTI-IMPERIALISMO
Uma aliança não santa de transviados da modernização
A Primavera Negra do Anti-imperialismo - (Robert Kurz; Janeiro 2006) Deutsch
A Substância do Capital
O trabalho abstracto como metafísica real social e o limite interno absoluto da valorização.
Primeira parte: A qualidade histórico-social negativa da abstracção "trabalho".
O Absoluto [Absolutheit] e a relatividade na História. Para a crítica da redução fenomenológica da teoria social - O conceito filosófico de substância e a metafísica real capitalista - O conceito negativo de substância do trabalho abstracto na crítica da economia política de Marx - O conceito positivo do trabalho abstracto na ontologia do trabalho marxista - Para a crítica do conceito de trabalho em Moishe Postone - O trabalho abstracto e o valor como apriori social - O que é abstracto e real no trabalho abstracto? - O tempo histórico concreto do capitalismo
A Substância do Capital (primeira parte) - (Robert Kurz; EXIT! nº1 Agosto 2004) Deutsch
Segunda parte: O fracasso das teorias da crise do marxismo da ontologia do trabalho e as barreiras ideológicas contra a continuação do desenvolvimento da crítica radical do capitalismo.
"Teoria do colapso" como palavra de toque e conceito de falsificação da história da teoria marxista - Teorias do colapso reduzidas como posição minoritária marxista na época da guerra mundial I: Rosa Luxemburgo - Teorias do colapso reduzidas como posição minoritária marxista na época da guerra mundial II: Henryk Grossmann - Da diabolização de Grossmann ao atrofiar do debate marxista da crise e do colapso - Sujeito e objecto na teoria da crise. A solução aparente do problema em meras relações de vontade e de forças - A crise e a crítica, a ilusão política e a relação de dissociação sexual - O conceito de quantidade de trabalho abstracto e a acusação de "naturalismo"
A Substância do Capital (segunda parte) - (Robert Kurz; EXIT! nº2 Março 2005) Deutsch
DON’T TREAT EVERY "THING" ALIKE!
Algumas notas provisórias sobre os papéis de J. Ulrich, C-P. Ortlieb e Blaha/Wallner.
1. A meu ver, Comte é a consequência de Kant: Pensa-o até ao fim, ao suspender em definitivo a "coisa em si", em Kant ainda inderrogável. Apesar disso, também o próprio Kant tinha face aos "povos subdesenvolvidos" concepções hierarquizadas pelo desenvolvimento. Na perspectiva de Comte, Kant é infantilizado, ou pelo menos implicitamente feminilizado, por assim dizer vestido com roupa de mulher, por estar em certo sentido ainda apegado à teologia e colocar ainda questões sobre os objectos ou sobre a possibilidade do seu conhecimento e estudo em geral. De repente, a velha e sobranceira metafísica ainda é assim transformada em mulher.
Tais modos de proceder fazem parte eles próprios perfeitamente do repertório do valor-dissociação, com as suas características alterações de significado; no âmbito da luta da concorrência, o adversário é feminilizado à força. É precisamente isso que aponta o valor-dissociação como princípio da forma social. Enunciados semelhantes também se encontram por exemplo em iluministas alemães, quando se opina por exemplo que os franceses são mais parecidos com as mulheres (talvez por estarem muito simplesmente apegados de imediato ao pensamento positivista, ao contrário do espírito de grande especulação!), ou quando no nacional-socialismo se considerava os intelectuais mimados e efeminados, por contraposição ao homem másculo e marcial. Aqui se apresenta o valor-dissociação como princípio fundamental, revelando o seu carácter relacional e flexível, pois tais atribuições servem para definir o adversário como inferior, de resto num perfeito arranjo de associação masculina.
DON`T TREAT EVERY "THING" ALIKE! - (Roswitha Scholz; Maio 2005) Deutsch
A DESCER NO ELEVADOR DA HISTÓRIA
O fim da sociedade de bem-estar alemã e a crise da União Europeia
Durante muito tempo pareciam bem definidas as fronteiras mundiais entre a miséria em massa e o relativo bem-estar em massa. A linha de demarcação separava essencialmente o Norte do Sul do planeta. Essa constelação no entanto foi apenas um produto da história posterior à Segunda Guerra Mundial. Nos centros capitalistas, a mobilização das indústrias fordistas desencadeou um impulso sem precedentes de trabalho em massa e acumulação de capital, ligados à ascensão dos sindicatos e da social-democracia. A "automobilização" da sociedade ia de par com a construção crescente de uma rede de segurança social (o Estado do bem-estar), especialmente profunda na Alemanha Ocidental e em parte na França. Até mesmo no espaço anglo-saxónico de tradicional liberalismo económico os governos trabalhistas no Reino Unido e a "grande sociedade" do presidente Lyndon Johnson nos USA, na tradição do "New Deal", criavam novas estruturas sociais. O sociólogo alemão Ulrich Beck descreveu a ascensão social na era fordista do pós-guerra como "efeito elevador": apesar da continuação das diferenciações sociais, a sociedade como um todo era elevada a um patamar superior. Os salários reais se multiplicavam, enquanto o tempo de trabalho pelo contrário diminuía constantemente. A esperança geral de vida aumentava por meio de um sistema médico melhorado para todos.
A Descer no Elevador da História - (Robert Kurz; Setembro 2005) Deutsch
A DESVALORIZAÇÃO DO VALOR
O capitalismo não é outra coisa senão a incessante "valorização do valor", aparecendo como o fim-em-si de transformar dinheiro em mais dinheiro. E em que consiste o valor? Segundo Marx, no "trabalho abstracto" representado pelas mercadorias, na massa de "nervo, músculo e cérebro" gasta no processo de produção. Contudo, apenas é válido o trabalho que corresponde ao standard de produtividade. O qual é medido pelo mercado e pela "muda coerção da concorrência" (Marx) nele dominante. No mercado mundial, à falta de outra medida, impõe-se o nível mais alto de produtividade dos países capitalistas centrais. Os países periféricos só podem acompanhar este nível, se é que podem, através de um desgaste brutal da sua força de trabalho. Sob estas condições, o produto do trabalho de milhares de trabalhadores chineses mal pagos talvez não seja maior como produto válido do valor, do que o de um trabalhador ocidental high tech. Pelo que não passa de uma ilusão de óptica pensar que o emprego massivo de trabalho barato na China, na Índia, etc., catapultaria para cima o produto global de valor na mesma medida.
A Desvalorização do Valor - (Robert Kurz; Junho 2005) Deutsch
Roswitha Scholz
A NOVA CRÍTICA SOCIAL E O PROBLEMA DAS DIFERENÇAS
Disparidades económicas, racismo e individualização pós-moderna.
Algumas teses sobre o valor-dissociação na era da globalização
Trata-se de compreender o problema das diferenças em planos diversos: na dimensão social-estrutural, que diz respeito a diferenças entre disparidades económicas, racismo, antisemitismo e sexismo; assim como no plano individual, sendo que ninguém se resume a estruturas, constituindo antes um indivíduo inconfundível e singular, sem, no entanto, poder subtrair-se às estruturas; finalmente no plano fundamental do valor-dissociação, como princípio social da forma, que, no entanto, contrariamente a uma lógica dedutiva universalista clássica, por assim dizer admite por si o particular e as diferenças, como quero demonstrar.
A Nova Crítica Social e o Problema das Diferenças - (Roswitha Scholz; EXIT! nº1 Agosto 2004) Deutsch
TABULA RASA
Até onde é desejável, obrigatório ou lícito que vá a crítica ao Iluminismo?
A crítica da dissociação, a crítica do sujeito e a crítica do Iluminismo constituem uma unidade indivisível, não sendo qualquer destes momentos possível sem qualquer dos outros. É de um modo correspondente, que prescinda de simplificações abusivas, que a crítica tem de proceder se quiser concluir o novo paradigma crítico do valor e da dissociação – o que não equivale à conclusão da elaboração teórica em termos gerais, mas unicamente à conclusão preliminar da "destruição criadora" do velho paradigma. Podem e devem existir, sem dúvida, diversas posições, acentuações e aspectos no contexto da teoria crítica do valor e da dissociação; mas não podem existir lado a lado, em uma aleatoriedade quase que pós-moderna, sendo irremediavelmente opostas umas às outras, tendo antes de ser mutuamente compatíveis a um nível fundamental, o que também significa terem de comportar um carácter vinculativo comum.
Uma coexistência pacífica com o modus dissociativo "masculino" da elaboração teórica está excluída. Assim sendo, para a forma do sujeito moderna, capitalista e "ocidental", que de qualquer modo já apenas existe nas respectivas formas de decadência, não deve crescer nada que a salve se for para a emancipação da relação de coacção destruidora do mundo, que é a socialização do valor, constituir uma opção séria. Provavelmente isto até nem suscita controvérsia; mas nesse caso a crítica do sujeito não deveria ser apenas mantida coerente, mas também deveria ser cautelosamente delimitada em termos conceptuais, face a outras questões que dizem respeito a conquistas culturais da Humanidade de um modo geral. Há que fazer tábua rasa com a forma do sujeito capitalista e ocidental e com a vinculação a uma forma de fetiche em termos gerais, mas, lá por isso, não com tudo e qualquer coisa que a Humanidade tenha produzido até à data apesar da sua vinculação fetichista e através da mesma.
Tabula Rasa - (Robert Kurz; Krisis 27 - Novembro 2003)
A IDEOLOGIA ANTI-ALEMÃ
Do antifascismo ao imperialismo de crise: crítica da novíssima essência sectária alemã de esquerda nos seus profetas teóricos
Escrever este livro custou alguns sacrifícios. Pois quem já tem vontade de discutir as questões básicas da teoria social e da crítica social na forma velha e relha da luta por distinções e separações no seio da esquerda? Por isso em primeiro lugar uma palavra para todas as leitoras e leitores que não têm que lidar com a ideologia anti-alemã: a questão aqui não é simplesmente uma "sensibilidade de esquerda", mas a questão completamente diversa do problema a colocar de uma nova formulação da crítica radical do capitalismo; trata-se da teoria da história, do estatuto do nacional-socialismo e de Auschwitz, da crítica do iluminismo e do marxismo do movimento operário, da crítica da forma burguesa do sujeito, dos conceitos de teoria e de crítica em geral, da relação entre forma do valor e ideologia, mas também da espécie e do modo das discussões no seio de uma esquerda paralisada. Desde que as discussões aqui expostas estejam também para lá das suas referências ao sindroma anti-alemão do interesse por uma esquerda em luta consigo mesma e com o seu passado.
A Ideologia Anti-Alemã (prefácio) - (Robert Kurz; Agosto 2003)
ONTOLOGIA NEGATIVA
As eminências pardas do Iluminismo e a metafísica histórica da Modernidade
A libertação tem de ser repensada. Após o fim do marxismo e do socialismo do movimento operário, não resta dúvida de que quanto a este postulado abstracto existe um consenso entre a maioria das teóricas e dos teóricos de esquerda que ainda continuem a querer sê-lo. No entanto, mal se trate de definir o novo, que é o que se supõe estar em causa, este não se revela apenas regularmente como o velho em traje novo, mas, antes de mais, como o mais vetusto de entre o velho; nomeadamente, como recaída para o que antecede o marxismo, para o seio da Filosofia iluminista burguesa, em vez de uma tentativa de ir para além do marxismo.
É certo que já o marxismo do movimento operário em todas as suas variantes, devido à sua forma do sujeito e do interesse, estritamente associada ao moderno sistema produtor de mercadorias, se manteve apegado ao pensamento burguês do Iluminismo; no entanto, ao mesmo tempo, ele não deixou de o criticar como sendo burguês, mesmo que fosse apenas de um modo restrito ao prisma da sociologia de classes, sem se aproximar de uma crítica categorial da Modernidade. Adorno, com a sua teoria transitória, até chegou, por momentos que fosse, a ir para além desta limitação abandonando o quadro de referência sociológico ("classista") e criticando o carácter do Iluminismo no que diz respeito à sua lógica identitária e autodestrutividade sem, contudo, conseguir levar esta crítica até ao fim. É precisamente o mesmo que tem de ser feito agora, mas é precisamente a esta tarefa que toda a gente recusa sujeitar-se. Venham da estrebaria de esquerda que vierem, os que até à data foram os portadores da crítica de renome recuam perante este problema-obstáculo como cavalos que tomaram os freios nos dentes.
E, no seu pânico cavalar, todos eles galopam de volta ao século XVIII, como se nem sequer tivesse existido a redutora crítica marxista do pensamento iluminista. Numa azáfama febril debitam-se as frases feitas mais decrépitas da constituição capitalista, como se fossem as mais recentes descobertas empolgantes da crítica radical do capitalismo. Há algo de lúgubre na forma como os resquícios da inteligentsia de esquerda competem com os arautos do capitalismo de linha dura, para saber quem consegue apregoar mais alto os tópicos essenciais da ideologia do Iluminismo, que já há muito tempo se tornaram insípidos e absurdos. Em que poderá ainda consistir o debate se dos dois lados se ouvem as mesmas palavras de ordem? Pelos vistos já não se trata de nada de fundamental, mesmo que a crise mundial do sistema produtor de mercadorias se encontre, ao mesmo tempo, em plena efervescência e com tendência a alastrar...
Ontologia Negativa - (Robert Kurz; Krisis 26 - Janeiro de 2003)
A Guerra de Ordenamento Mundial
O Fim da Soberania e as Metamorfoses do Imperialismo na Era da Globalização
O que parecia ser a "vitória" do capitalismo ocidental foi-se revelando, ao longo dos anos noventa, como uma derrocada socio-económica irreversível, desde já, de extensas partes da periferia do mercado mundial. No centro deste processo de crise encontra-se o derretimento da substância real (produtora de valor real) do trabalho capitalista por obra da terceira revolução industrial, a crescente "incapacidade de exploração" do capital devida aos seus próprios padrões tecnológicos de produtividade e, com isso, a dessubstancialização do dinheiro (o desacoplamento dos mercados financeiros da economia real). Esta lógica interior da crise, contudo, não se repercute apenas sob a forma de uma ruptura estrutural ao nível das relações mundiais de mercado (globalização do capital), mas igualmente como ruptura estrutural ao nível do sistema político mundial (fim da soberania e do direito internacional)...
A imparável desagregação da economia é suposto ser detida com meios económicos, ao passo que se pretende travar a igualmente imparável desagregação da política com meios políticos. Os senhores mundiais do capital já não compreendem o seu próprio mundo...
A crise do sistema mundial e o novel vazio conceptual - (Robert Kurz; Janeiro de 2003) Español English
As Metamorfoses do Imperialismo - Capitulo I - (Robert Kurz; Janeiro 2003) Español English
Os Fantasmas Reais da Crise Mundial - Capitulo II - (Robert Kurz; Janeiro 2003) Deutsch
O Próximo Oriente e a Síndrome do Anti-Semitismo - Capitulo IV - (Robert Kurz; Janeiro 2003) Deutsch
O Império e os Seus Teóricos - Capitulo VII - (Robert Kurz; Janeiro 2003) Deutsch
A Guerra de Ordenamento Mundial - Bibliografia - (Robert Kurz; Janeiro 2003) Deutsch
Razão Sangrenta
20 Teses contra o chamado Iluminismo e os "Valores Ocidentais"
O capitalismo a si mesmo se vence até à morte, tanto materialmente como no plano ideal. Quanto maior a brutalidade com que esta forma de reprodução, tornada modelo social universal, devasta o mundo, mais ela vai infligindo golpes a si mesma e minando a própria existência. Neste quadro se inscreve também o comum ocaso intelectual das ideologias da modernização, numa ignorância e falta de ideias de tipo novo: direita e esquerda, progresso e reacção, justiça e injustiça coincidem de forma imediata, uma vez que o pensamento nas formas do sistema produtor de mercadorias paralisou por completo. Quanto mais estúpida se torna a representação intelectual do sujeito do mercado e do dinheiro, mais horroroso fica o seu tagarelar repetitivo das estafadas virtudes burguesas e valores ocidentais. Não há paisagem do planeta, marcada pela miséria e pelos massacres, sobre a qual não chovam a cântaros lágrimas de crocodilo, de um humanitarismo policial democrático; não há vítima desfigurada pela tortura que não seja usada como pretexto na exaltação das alegrias da individualidade burguesa. Qualquer idiota servidor do estado, que se esforça por escrever umas linhas, invoca a democracia ateniense; qualquer patife ambicioso, da política ou da ciência, pretende bronzear-se à luz do iluminismo.
Razão Sangrenta - tradução revista - (Robert Kurz; Junho de 2002) Deutsch Español
Roswitha Scholz
Sobre o conceito de valor e de valor-dissociação
Para melhor explicar o significado de "valor-dissociação", é preciso esclarecer primeiro o conceito androcêntrico de valor, no sentido da "crítica fundamental do valor", que assumo criticamente como ponto de partida. Em geral, o conceito de valor é tomado positivamente, seja no marxismo tradicional, no feminismo ou na economia política, onde ele aparece simplesmente na forma dos preços, como objecto da sociedade humana, sem pressupostos e suprahistórico. Não assim na "crítica fundamental do valor". Aqui o valor é compreendido e criticado como expressão duma relação social fetichista. Sob as condições da produção de mercadorias para mercados anónimos, os membros da sociedade não utilizam os seus recursos de comum acordo, para a conveniente reprodução da sua vida, mas, isolados entre si, produzem mercadorias, que só se tornam produtos sociais através da troca no mercado. As mercadorias são "valor" porque "representam" "trabalho abstracto" (dispêndio de energia social humana abstracta), ou seja, elas representam uma determinada quantidade de energia social despendida. Esta representação exprime-se por sua vez num meio particular, o dinheiro, que é a forma geral do valor para todo o universo das mercadorias.
Sobre o conceito de valor e de valor-dissociação - (Roswitha Scholz; Janeiro 2000) Deustch
AUSCHWITZ COMO ÁLIBI?
A ideologia anti-semita moderna como tal, da mesma maneira que o racismo, encontra-se na sociedade burguesa desde o Iluminismo e, nesse sentido, é um fenômeno capitalista universal. Os nazistas não só tomaram do liberalismo anglo-saxão a sua ideologia social-darwinista, como também uma série de outros elementos repressivos da modernidade (entre eles, por exemplo, os campos de concentração). Nesse registro, Auschwitz é parte constituinte da totalidade histórica do capitalismo. No entanto, só na Alemanha o anti-semitismo, num contexto de formação da nação legitimada pela ideologia do sangue, converteu-se em processo eliminatório. Nesse sentido, Auschwitz é parte constituinte essencial da história específica alemã. Por outro lado, esse anti-semitismo alemão eliminatório não se converteu, durante o século XIX, em programa estatal de assassinato em escala industrial, o que só veio a ocorrer no contexto da crise econômica mundial do nazi-fordismo. Auschwitz é também parte constituinte da segunda revolução industrial.
Auschwitz como Álibi? - (Robert Kurz; Junho 2000) Deutsch Español
Textos, entrevistas, conferências
-2009-
PRESENTES CAROS
A administração política da crise no ano supereleitoral
Presentes Caros - Robert Kurz; Abril de 2009 Deutsch
ECONOMIA DE GUERRA SEM GUERRA
Economia de Guerra sem Guerra - Robert Kurz; Março de 2009 Deutsch
UMA QUESTÃO DE DETERMINAÇÃO
Na crise, o direito à palavra dos trabalhadores não passa de um prémio de abate social
Uma Questão de Determinação - Robert Kurz; Março de 2009
Perplexidade organizada
Dez problemas insolúveis para a Cimeira do G-20
Perplexidade organizada - Robert Kurz; Março de 2009 Deutsch
A “MORTE BRANCA” DO CAPITALISMO
Com 8 milhões de desempregados estão iminentes desencadeamentos de avalanches económico-sociais na Alemanha
A "Morte Branca" do Capitalismo - Robert Kurz; Março de 2009 Deutsch
MORTOS DE FÉRIAS
O colapso dos mercados de trabalho tornou-se concebível
Mortos de Férias - Robert Kurz; Fevereiro de 2009 Deutsch
O fim de uma história sem fim
(Resposta a um inquérito do editor da “Konkret”, Hermann L. Gremliza, feito a autores de esquerda, sobre o seu comentário acerca da crise na edição de Janeiro)
O Fim de uma História sem Fim - Robert Kurz; Janeiro de 2009 Deutsch
ECONOMIA E PSICOLOGIA
Economia e Psicologia - Robert Kurz; Janeiro de 2009 Deutsch
EM CASO DE EXPLOSÃO PUXE O TRAVÃO DE MÃO
As concepções surrealistas da política financeira de crise
Em Caso de Explosão Puxe o Travão de Mão - Robert Kurz; Janeiro de 2009 Deutsch
DEFLAÇÃO E INFLAÇÃO
Deflação e Inflação - Robert Kurz; Janeiro de 2009 Deutsch
-2008-
A ÚLTIMA INSTÂNCIA
A Última Instância - Robert Kurz; Setembro de 2008 Deutsch
A MISÉRIA DA POLÍTICA CONJUNTURAL
A ressurreição do keynesianismo é mais que duvidosa
A Miséria da Política Conjuntural - Robert Kurz; Agosto de 2008 Deutsch
A FÚRIA DA POUPANÇA E O DILEMA DOS JUROS
A reacção da política monetária à estagflação já não ajuda nada
A Fúria da Poupança e o Dilema dos Juros - Robert Kurz; Julho de 2008 Deutsch
MEDO DO MONSTRO
O populismo de crise das elites nada explica e nada controla
Medo do Monstro - Robert Kurz; Maio de 2008 Deutsch
CAPITALISMO POPULAR NUNCA MAIS
A longa ressaca após o desastre da Telekom
Capitalismo Popular Nunca Mais - Robert Kurz; Abril de 2008 Deutsch
CORTAR A EITO NA CLASSE MÉDIA
Cortar a Eito na Classe Media - Robert Kurz; Março de 2008 Deutsch
A GRANDE QUEIMA DE DINHEIRO
Pacotes de salvamento para bancos em situação catastrófica e caça aos criminosos fiscais
A Grande Queima de Dinheiro - Robert Kurz; Fevereiro de 2008 Deutsch
PASSAR FOME PELOS BIOCOMBUSTÍVEIS?
Passar Fome Pelos biocombustíveis? - Robert Kurz; Fevereiro de 2008 Deutsch
-2007-
TEMPO É ASSASSÍNIO
Tempo é assassínio - Robert Kurz; - Abril de 2007 Deutsch
DESARMAMENTO MORAL
A cultura do escândalo como expressão da falta de perspectiva social
Desarmamento Moral - Robert Kurz; Fevereiro de 2007 Deutsch
A PRÓXIMA ONDA DE RACIONALIZAÇÃO
A próxima onda de racionalização - (Robert Kurz; Janeiro 2007) Deutsch
-2006-
Robert Kurz em entrevista a José Galisi Filho
Revista Trópico, Setembro de 2006
Robert Kurz em entrevista a José Galisi Filho; Setembro de 2006
A BOMBA RELÓGIO DAS PENSÕES EMPRESARIAIS
A Bomba Relógio das Pensões Empresariais - (Robert Kurz; Agosto 2006) Deutsch
CRISE DO DÓLAR E CRISE DO EURO
Crise do Dólar e Crise do Euro - (Robert Kurz; Junho 2006) Deutsch
-2005-
A MÁQUINA UNIVERSAL DE HARRY POTTER
O conceito de trabalho imaterial e o neo-utopismo reduzido à tecnologia
A Máquina Universal de Harry Potter - (Robert Kurz; Outubro 2005) Deutsch
O ESTADO DE EXCEÇÃO MOLECULAR
Consciência de crise e "theological turn" da pós-modernidade
O Estado de Exceção Molecular - (Robert Kurz; Agosto 2005) Deutsch
MAIS VALIA ABSOLUTA
Mais Valia Absoluta - (Robert Kurz; Fevereiro 2005) Deutsch
-2004-
A RESSURREIÇÃO ECONOMISTICA DA RELIGIÃO
A Ressurreição Economistica da Religião - (Robert Kurz; Dezembro 2004) Deutsch Español
Novos e velhos combates
A humanidade não está preparada, mas tampouco tem outra escolha.
Novos e velhos combates (Entrevista) - (Robert Kurz; Novembro 2004) (pdf) Deutsch Español
O COMITÉ NOBEL PASSOU-SE
Apanhado de uma simpática ronda jornalística de homens
O Comité Nobel Passou-se - (Robert Kurz; Outubro 2004) Deutsch
UM MUNDO SEM DINHEIRO
Um Mundo sem Dinheiro - (Robert Kurz; Outubro 2004) Deutsch Español English
O ÚLTIMO ESTÁDIO DA CLASSE MÉDIA
O Ultimo Estadio da Classe Média - (Robert Kurz; Setembro 2004) Deutsch Español
O COMBUSTÍVEL DA MÁQUINA MUNDIAL
Vem aí uma nova crise do petróleo?
O Combustível da Máquina Mundial - (Robert Kurz; Junho de 2004) Deutsch
A nova simultaneidade histórica
O fim da modernização e o começo de uma outra história mundial.
A Nova Simultaneidade Histórica - (Robert Kurz; Janeiro 2004) Deutsch Español Francais English
-2003-
AS PERFÍDIAS DO CAPITAL FINANCEIRO
LIMITES INTERNOS DA ACUMULAÇÃO, CRÍTICA REDUZIDA DO CAPITALISMO E SÍNDROMA ANTI-SEMITA
As Perfídias do Capital Financeiro - (Robert Kurz; Novembro de 2003) Deutsch Español
Não-rentáveis, uni-vos!
Não-rentáveis, uni-vos - (Robert Kurz; Maio de 2003) Deutsch Español English Francais
A MÃE DE TODAS AS BATALHAS
A Mãe de Todas as Batalhas - (Robert Kurz; Abril de 2003) Deutsch Italiano Español English Français
IMPERIALISMO DE CRISE
6 Teses sobre o carácter das novas guerras de ordenamento mundial
Imperialismo de crise - (Robert Kurz; Março de 2003) Deutsch Español English Français Italiano
-2002-
A GUERRA CONTRA A CRISE
A Guerra Contra a Crise - (Robert Kurz; Novembro de 2002) Español
ECONOMIA POLÍTICA DOS DIREITOS HUMANOS
Economia política dos direitos humanos - (Robert Kurz; Outubro de 2002) Deutsch English Español Italiano
CONTRA-REALISMO
Contra-Realismo - (Robert Kurz; Outubro de 2002) Deutsch Español Francais English
A pulsão de morte da concorrência
Assassinos amoque e suicidas como sujeitos da crise
A pulsão de morte da concorrência - (Robert Kurz; Maio de 2002) Español
A guerra dos dois mundos
A guerra dos dois mundos - (Robert Kurz; Abril de 2002) Español
-2001-
Economia totalitária e paranóia do terror
A pulsão de morte da razão capitalista
Economia totalitária e paranóia do terror - (Robert Kurz; Setembro de 2001) Deutsch English Italiano
As leituras de Marx no Século XXI
As leituras de Marx no Século XXI - (Robert Kurz; 2001) Español
POPULISMO HISTÉRICO
A confusão de sentimentos burgueses e a busca de bodes expiatórios
Populismo histérico - (Robert Kurz; Janeiro de 2001) Deutsch English Español Italiano
-2000-
Uma vida humana? Só sem mercado, estado e trabalho.
Robert Kurz fala sobre o Livro Negro do Capitalismo (2000) Español
-1999-
MANIFESTO CONTRA O TRABALHO
Edição Portuguesa Deutsch Español English
O Homem Flexível
O homem flexível - (Robert Kurz; Julho de 1999) Deutsch Español Italiano
A expropriação do tempo
A expropriação do tempo - (Robert Kurz; 1999) Español Francais
-1998-
APOCALYPSE NOW!
Sobre a relação entre emancipação e pessimismo cultural
Apocalypse Now! - (Robert Kurz; Janeiro 1998) Deutsch
O DUPLO MARX
O Duplo Marx - (Robert Kurz; Fevereiro 1998) Deutsch Español
Objetividade inconsciente
Aspectos de uma crítica das ciências matemáticas da natureza
Objectividade Inconsciente - (Claus Peter Ortlieb; 1998) Deutsch Español
-1997-
ANTIECONOMIA E ANTlPOLÍTICA
Sobre a reformulação da emancipação social após o fim do "marxismo"
Antieconomia e antipolítica - (Robert Kurz; Krisis 19 - 1997) Deutsch Español
Canhões e Capitalismo
A revolução militar como origem da modernidade
Canhões e Capitalismo -(Robert Kurz; de Março 1997) Deutsch Español English Français
-1996-
Os últimos combates
O Maio parisiense de 1968, o Dezembro parisiense de 1995 e o recente acordo trabalhista alemão.
Os últimos combates - (Robert Kurz; Março de 1996) Deutsch Español
-1995-
ECONOMIA POLÍTICA DO ANTI-SEMITISMO
Economia Política do Anti-Semitismo - (Robert Kurz; Setembro de 1995) Deutsch
O PÓS-MARXISMO E O FETICHE DO TRABALHO
Sobre a contradição histórica na teoria de Marx
O Pós-Marxismo e o Fetiche do Trabalho- (Robert Kurz; Krisis 15 - 1995) Deutsch
A ASCENSÃO DO DINHEIRO AOS CÉUS
Os limites estruturais da valorização do capital, o capitalismo de casino e a crise financeira global
A ascensão do dinheiro aos céus - (Robert Kurz; Julho de 1995) Deutsch Español Italiano
-1994-
O FIM DA POLÍTICA
Teses sobre a crise do sistema de regulação da forma da mercadoria
O Fim da Política - (Robert Kurz; Krisis 14 - 1994) Español
-1993-
DOMINAÇÃO SEM SUJEITO
SOBRE A SUPERAÇÃO DE UMA CRÍTICA SOCIAL REDUTORA
Dominação sem sujeito - (Robert Kurz; Krisis 13 - 1993) Español
-1992-
O valor é o homem
Teses sobre a socialização pelo valor e a relação entre sexos
O valor é o homem - (Roswitha Scholz; 1992) Deutsch
-1991-
A HONRA PERDIDA DO TRABALHO
O socialismo dos produtores como impossibilidade lógica.
A honra perdida do trabalho - (Robert Kurz; Krisis nº10 Janeiro de 1991) Deutsch Español Italiano
A Superação da Crise e "Utopia"
Os passageiros do Titanic querem ficar no convés, e que a banda continue tocando. Se tivermos que viver mesmo o "fim da história", não será um final feliz.
A Superação da Crise e "Utopia" (Robert Kurz; 1991)
Pequeno Glossário (Robert Kurz; 1991)
Outros Textos
A Dialéctica do Esclarecimento e outros textos de Theodor W. Adorno
A Sociedade do Espectáculo e outros textos de Guy Debord
Trabalho espiritual e corporal - (A. Sohn-Rethel; 1998)Teses sobre o conceito da história - (Walter Benjamin; 1940)
Crítica do Programa de Gotha - (Karl Marx)
O CAPITAL, CAPITULO I - A Mercadoria - (Karl Marx)
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